O YouTube pode te dar um monte de placas, mas em qual delas você vai começar a reconhecer que o sucesso chegou para valer?
Dar certo — que conceito subjetivo. Como creator, me vejo constantemente fazendo esta pergunta: quando será que o negócio vai dar certo? Estou neste processo há quase cinco anos, desde que lancei o Finanças Femininas. E por mais que tenhamos realizado uma série de conquistas, sempre fica aquela dúvida — será que a gente um dia vai dar certo?
Em maio, fui convidada pela Bia e pela Dani (obrigada, meninas ❤) para dar uma aula de finanças para criadores de conteúdo dentro do YOUPIX Creators Boost. Quando cheguei lá, vi uma turma maravilhosa de creators, cada um com um projeto mais incrível que o outro. E então ouvi a conversa entre eles: quando será que vai dar certo? Me deu um aperto enorme…
Afinal, o que é dar certo?
É ser selecionado para um programa de aceleração?
Ter 10 mil assinantes? 100 mil? 1 milhão?
Conseguir um primeiro job e ter a validação de que dá para ganhar dinheiro desta forma?
Fechar um contrato de seis dígitos com uma marca gigante?
Sair uma matéria sua no jornal e todo mundo ver?
Aparecer na TV?
Ganhar um programa de TV só seu?
O problema dessa ideia é que ela não tem uma única definição. E cada vez que você consegue conquistar algum destes marcos, percebe que ele não era tão grande assim, e logo parte para o próximo.
É a mesma questão de medir o seu sucesso pelo tamanho do seu salário (ou do job). Antes, a meta era ganhar R$ 50 mil por ano. Depois, parece pouco — você chega lá e quer ganhar R$ 100 mil. E depois, R$ 200 mil. E assim sucessivamente. É apostar uma corrida consigo mesmo, e descobrir que a linha de chegada muda de lugar cada vez que você se aproxima dela.
Não existe uma definição universal de sucesso — e se medirmos ele apenas por quanto você ganha, fica problemático, pois sempre vai ter alguém que ganha mais do que você. Sempre vai haver um canal com mais seguidores. E está tudo bem.
Gosto muito da visão da Arianna Huffington, no livro “A Terceira Medida do Sucesso”. A nossa felicidade vem de dentro, e nossa definição de sucesso também.
O negócio deu certo se você consegue fazer o que gosta e produzir um conteúdo do qual você se orgulha. O negócio deu certo se você conseguiu inspirar e divertir seus leitores e assinantes.
Se você tem 10 mil assinantes e consegue manter o seu trabalho, ele deu certo. Se são 100 mil, também. Se você fatura o suficiente para produzir o conteúdo, também. Ninguém vai vir de fora, olhar para você e conceder o título, num passe de mágica: “você deu certo”. O YouTube pode te dar um monte de placas, mas em qual delas você vai começar a reconhecer que o sucesso chegou para valer?
Se você tem perrengues agora, seja bem-vindo. Os perrengues vão existir, não importa o tamanho do seu site ou canal. E não são eles que definem o seu sucesso. Uso os números como uma forma de medir — e poder celebrar — nossas conquistas. 500 mil pageviews. 1 milhão de pageviews. As próximas estão lá, todas anotadas.
Quando vi aqueles creators incríveis se questionando se um dia dariam certo,
disse a eles que eles já haviam dado certo. Eles estavam lá, naquele programa de aceleração, afinal. E vi que nós, no Finanças Femininas, também havíamos dado certo.
Com esse auto(re)conhecimento, descobri que fica mais fácil lidar com as angústias do dia a dia. Afinal, todo creator sabe: ser um criador de conteúdo independente é empreender, e empreender é algo solitário e arriscado. Tem dias incríveis, e outros nem tanto. E o jogo é assim mesmo.
Por isso, diferencie suas metas da sua definição de sucesso. Se não, você pode um dia descobrir que você já havia chegado “lá” faz tempo — e nem havia se dado conta.
por Carol Ruhman Sandler, creator e fundadora do Finanças Femininas
Fonte: https://medium.youpix.com.br